sexta-feira, 19 de novembro de 2010



  O dia da creche!

      Esse foi o melhor dia pra mim!!! Adorei ter estado lá com todas aquelas crianças. A proposta era a de pesarmos e medirmos as crianças que estivessem  na creche naquele dia. Na minha análise percebi que todos estavam muito ansiosos e queriam realmente ir, até porque muitos disseram que só haviam ido à prática naquele dia justamente pela atividade na creche. Era um dos dias mais tensos do PCI de Urinário porque teríamos apresentação do nosso trabalho à tarde, então a tensão tomava conta daqueles que ainda não haviam apresentado seus temas eletivos. Esse era o meu caso, mas com certeza eu não perderia essa oportunidade tão nobre.
     Ao chegarmos na creche fomos recebidos muito bem, principalmente por todas aquelas crianças que foram muito receptivas. Então nos dividimos em dois grupos: um ficaria momentaneamente responsável pelo entreterimento de parte das crianças, enquanto o outro ficaria dentro da sala participando da pesagem e medição das crianças. 
    Comecei dentro da salinha, pesando e medindo as crianças que chegavam a nós. Eram muitas e a grande maioria não apresentou nenhum problema com a prática, sendo poucas as exceções. Na verdade, creio que o obstáculo maior era a considerável agitação das crianças do que propriamente a repulsa ao procedimento. 
     Em seguida troquei com parte dos colegas e fui para a parte das brincadeiras com as crianças. É difícil dizer onde fiquei mais à vontade, porque gostei das duas divisões. Ficamos lendo histórias, fazendo brincadeiras de modo a envolver as crianças enquanto elas esperavam.
     Bem, falando sobre a experiência prática em si da saúde da criança achei muito interessante poder realizar esse trabalho diretamente focado pra essas crianças, porque é uma maneira de acompanhar o desenvolvimento dessas crianças e é o passo inicial para a detecção de possíveis anormalidades, como desnutrição, bem como problemas ligados ao crescimento delas. 
   É importante sobretudo para aquelas crianças que não costumam ir à unidade de sáude por diferentes motivos, variando desde um desleixo dos  próprios pais até mesmo a não possibilidade por exemplo em pais que relatam não ter tempo para isso em função dos seus trabalhos. 
    A partir desse aspecto geral e verficação de alguma anormalidade, o encaminhamento para a unidade de sáude possibilita um análise mais apurada do quadro direcionando para o tratamento e consequente reestabelecimento do bem estar físico dessas crianças. 
     Não me lembro de ter presenciado nenhum caso desses, mas acredito que se assim tivesse ocorrido esse encaminhamento teria sido uma intervenção importante.

   Para finalizar, um caso interessante que tivemos a oportunidade de ver e que ficou marcado pra mim foi o de uma menininha linda que eu já havia percebido que ficava quietinha no canto, mas eu não havia descoberto o motivo. Ela chamou muito a minha atenção e depois o professor Eduardo explicou o que ela tinha. Não sei se o diagnótico era esse mesmo, mas pelo que me recordo seria algo relacionado com Espinha Bífida.
   Já havíamos tido esse conteúdo teórico nas aulas de embriologia de períodos anteriores e essa visualização prática foi certamente interessante. Busquei como um complemento uma definição superficial do quadro:

"A Espinha Bífida, uma grave anormalidade congénita do sistema nervoso, desenvolve-se    nos dois primeiros meses de gestação e representa um defeito na formação do tubo neural. Uma das lesões congénitas mais comuns da medula espinhal é causada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através do orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção. Isto é denominado espinha bífida posterior e, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombosacral. Quando as raízes dos nervos lombo sacrais estão envolvidos, ocorrem graus variáveis de paralisia abaixo do nível envolvido."



    Talvez uma das coisas que mais tenha me marcado nessa menina foi o fato dela apresentar paralisia dos membros inferiores e não poder se locomover. Ela chorava muito na hora de ser pesada, fazia uma carinha de assustada, como se aquela lembrança de muitas pessoas ao redor dela vestidas de branco não fosse algo muito agradável para ela. Então, para pesá-la foi necessário que a professora se pesasse junto com ela e depois sozinha, de modo que a diferença dos valores fosse considerado o peso da criança.
    No final da nossa visita as crianças se despediram amorosamente em meio ao almoço delas. Saí de lá com um desejo enorme de continuar...




  Flávia Gomes

Nenhum comentário:

Postar um comentário