terça-feira, 23 de novembro de 2010

O que ficou...



 Bem, acredito que esta seja a última postagem desse blog. Em termos numéricos, não foram feitas muitas postagens aqui, no entanto, tentei reunir os principais pontos de cada semana para que a construção desse veículo ficasse coerente com as experiências adquiridas.
    Sem dúvidas, eu não conseguiria em uma única postagem contemplar tudo o que me foi proporcionado nesses últimos meses. Cada momento foi especial e determinante para a minha formação, pois creio que toda a carga de aprendizado que a gente leva interfere na nossa formação num futuro próximo. Logo, cada quinta feira trouxe algo de novo pra mim, sendo um dos principais estimulantes desse semestre complicado.
    Lamento por estar chegando ao fim, porque este era um dos contatos mais próximos proporcionados à nós até o momento, mas sabemos que a nossa vida é composta por ciclos e portanto para que alguns novos se instalem é necessário que outros se desfaçam, e isso não é necessariamente algo ruim quando aprendemos a extrair o que cada um pôde nos trazer de mais importante.
    Talvez algo que mais tenha me chamado a atenção após uma breve reflexão a respeito desse período foi o quanto essa experiência é relevante não somente no sentido do curso em si, mas também sobre a nossa humanização e conceitos que envolvem a nossa sociedade. Digo isto porque o PSF me trouxe valores significantes, além de mudar paradigmas previamente estabelecidos não sei se por mim ou pela sociedade que me cerca. Nada como estarmos pertos para construir pensamentos e desenvolver o espírito da autocrítica.
    Um exemplo prático e simples que eu posso dar diz respeito ao impacto que os determinantes sociais têm sobre a saúde como um todo. Antes eu conhecia apenas de ouvir falar, mas agora pude organizar uma crítica pessoal embasada na experiência que eu mesma vivi. Fatores como a pobreza, educação precária, falta de recursos, informação escassa são fatores diretamente associados com o bem estar físico e mental de cada indivíduo. É muito fácil julgarmos quando estamos de fora, mas quando nos incluímos na realidade destes somos capazes de entender um pouco das dificuldades enfrentadas por cada um e a influência sobre suas vidas. Por isso, acredito que um dos valores mais preciosos talvez reforçado, talvez aprendido  nesse período seja a Humanização.
    

    
  Mediante a categorização que fizemos conjuntamente nessa última quinta feira, grupos de idéias distintas foram feitas a partir de uma chuva de palavras que expressavam pensamentos soltos e que no fim apresentaram uma lógica fantástica, de maneira que muitas delas pareciam complementos indispensáveis de outras. Assim, percebemos que não eram palavras soltas e sim interligadas de uma forma ou de outra e compartilhado se não por todos pela maioria dos que ali estava, porque o entrosamento e familiaridade eram fatos reais naquele momento.
  Portanto, para cada categorização  que fizemos destacarei pontos, ou melhor, palavras mais condizentes com a minha experiência pessoal:

Campo Prático: Jaleco, gratidão, presença, conversar, auxílio, engarrafamento, contraste, convivência, recusa, Dra Patrícia, pobreza, consulta, greve, VD, desigualdade, satisfação, reflexão, horário, atenção, persistência, interesse da família, determinação, confiança, progresso, comunidade, pão com mortadela, respeito, carinho, criança, aconselhamento, idoso, micro-área, carência, compromisso, realidade, prática é tudo;

    Nesse campo, pessoalmente eu destacaria os componentes abstratos que trouxeram  grandes marcas, como a gratidão (nada se compara ao sentimento de gratidão gerado nas famílias que acompanhamos e a exposição desta para nós); carinho (compartilhar desse carinho de forma recíproco foi realmente gratificante); respeito (privilégio grande dos que conseguem entendê-lo; não é uma questão de concordância ou não, mas sim de entendimento dos direitos e valores de cada um); carência (uma verdade às vezes dura, mas real); confiança (nunca pensei que as pessoas depositassem tanta confiança em mim, mesmo quando nem eu mesma me mostrava confiança); satisfação (muito abstrato no nome, mas muito concreto na pártica); determinação (compartilhado não só por eles, mas também por nós alunos); aconselhamento (é verdadeiramente um ponto crucial desenvolvido por nós e que se reflete significativamente neles); progresso (é de todos); desigualdade (talvez algo mais claro que isso não exista); convivência (o caminho de tudo); idoso (fonte de aprendizado). Prática é tudo!!

Conceitos Teóricos: Integralidade, Universalidade, Equidade, familiograma, VD, portifólio, multi-disciplinaridade, SUS, micro-área, unidade de saúde, prontuário familiar, equipe, prevenção, agentes comunitários de saúde (ACS), cadernetas, planejamento, odonto, história, usuário, ficha do idoso, social, conscientização, realidade social, relação médico–paciente;

    Esses conceitos teóricos de certa forma são mais práticos do que teóricos, partindo do princípio que nós os entendemos mais na prática do que na teoria em si. Como entender o conceito de trabalho em equipe envolvendo diferentes profissionais trabalhando em conjunto se não estivermos dentro dessa esfera? Particularmente acho difícil... A fim de ilustrar o papel de cada integrante adiciono esse site que achei muito interessante e descontraído visando sintetizar a função de cada um: http://www.famema.br/saudedafamilia/equipe1.htm 
   Outros conteúdos importantes foram a familiaridade com a ficha do idoso, caderneta do idoso, cartão de vacinação, caderneta da criança, do adolescente... Enfim essa parte de manuseio de fatores relacionados com as consultas dos pacientes, de modo a se criar uma continuação do acompanhamento de cada um individualmente.
  Os princípios do SUS: Universalidade, Equidade e Integralidade também foram pontos frisados nas aulas teóricas e que mais facilmente foram entendidos na prática. Um exemplo que ficou marcado pra mim é o fato do posto de Novo Palmares ficar ao lado de condomínios luxuosos, cujos moradores certamente não precisariam de se utilizarem desse serviço, considerando-se a fonte de renda deles. No entanto, o SUS não faz distinção de pessoas, selecionando talvez as mais necessitadas ou oferecendo tratamento de forma diferenciada, pelo contrário ele abrange a todos. A opção de querer ou não ser incluído nessa atuação é individual e cabe a cada um analisar as suas condições. Lembro-me que quando perguntei se esses moradores também estavam incluídos no PSF me responderam que não estavam por opção, talvez por não acharem necessário ou talvez por não se sentirem confortáveis com a proposta. Porém, o fato é que o direito é de todos de acordo com as necessidades individuais e de maneira total.
    Finalizando essa parte, a relação médico-paciente foi um legado importante deixado por essa experiência. Confesso ter me encantado com o trabalho da Dra. Patrícia. Sempre tive em mente que o relacionamento estabelecido entre o médico e o paciente é essencial e determinante para o acompanhamento do paciente. Ele nos permite entrar no universo das emoções de cada um, criando vínculos importantes para a função do médico. Isso é sobremodo facilitado pela PSF, no qual essa aproximação pode ser ainda maior.

Pontos positivos: Pão com mortadela, respeito, carinho, aconselhamento, VD, reflexão, hospitalidade, aprendizado, gratidão, auxílio, determinação, confiança, atenção, persistência, satisfação, conscientização, presença do auto-cuidado, conversa, convivência, criança, afetividade, ato de dar e receber, acolhimento.

    Muitos dos tópicos abordados nesse campo estão incluídos no campo prático, por isso deixo as mesmas considerações supracitadas, fazendo um breve adendo à afetividade e ao acolhimento que não foram ditos anteriormente, mas que sem dúvidas foram fatores importantes e como a própria semântica dessas palavras demonstra, essenciais.
    As VD´s trouxeram uma significante contribuição também, visto que era o nosso momento de agirmos como estudantes de medicina. Uma experiência única e crucial para a percepção de possíveis alterações ao longo das semanas e de modo a proporcionar um acompanhamento dessas famílias analisando os fatores de risco envolvidos em cada família representada. Além disso, eram através dessas que as intervenções poderiam ser propostas por nós visando o auto-cuidado deles próprios.

Pontos negativos: Padre, engarrafamento, horário, greve, recursos, desigualdade, lama, pobreza, dor, choro, van, portifólio, ausência de auto-cuidado, referências, VD;

   Excetuando-se os contratempos como engarrafamento, atraso da van, horário e o conturbado período do Padre,  a maioria é reflexo da realidade da comunidade, sendo o caso da pobreza, lama, desigualdade, falta de recursos, greve, ausência de auto-cuidado e que infelizmente contempla não só essa população, mas grande parte da população brasileira. Portanto, são pontos negativos com grande abrangência.

Doença: hipertensão, escabiose, DPOC, diabetes, obesidade, hiperatividade, sal, locomoção, fator de risco, cigarro, dieta, choro, dor, Ministério da Saúde; 

   Uma das partes mais práticas de todas. Acompanhar e entender um pouco mais dessas doenças compreendendo os seus fatores de risco e a importância do aconselhamento médico também foram experiências adquiridas e que certamente nos trarão grande  benefícios sociais e profissionais. Algumas dessas já foram mencionadas em postagens anteriores.

    Esse ciclo termina por aqui para que outros se iniciem e tragam experiências tão boas e frutíferas quanto estas.


                                Flávia Gomes
   


sexta-feira, 19 de novembro de 2010



  O dia da creche!

      Esse foi o melhor dia pra mim!!! Adorei ter estado lá com todas aquelas crianças. A proposta era a de pesarmos e medirmos as crianças que estivessem  na creche naquele dia. Na minha análise percebi que todos estavam muito ansiosos e queriam realmente ir, até porque muitos disseram que só haviam ido à prática naquele dia justamente pela atividade na creche. Era um dos dias mais tensos do PCI de Urinário porque teríamos apresentação do nosso trabalho à tarde, então a tensão tomava conta daqueles que ainda não haviam apresentado seus temas eletivos. Esse era o meu caso, mas com certeza eu não perderia essa oportunidade tão nobre.
     Ao chegarmos na creche fomos recebidos muito bem, principalmente por todas aquelas crianças que foram muito receptivas. Então nos dividimos em dois grupos: um ficaria momentaneamente responsável pelo entreterimento de parte das crianças, enquanto o outro ficaria dentro da sala participando da pesagem e medição das crianças. 
    Comecei dentro da salinha, pesando e medindo as crianças que chegavam a nós. Eram muitas e a grande maioria não apresentou nenhum problema com a prática, sendo poucas as exceções. Na verdade, creio que o obstáculo maior era a considerável agitação das crianças do que propriamente a repulsa ao procedimento. 
     Em seguida troquei com parte dos colegas e fui para a parte das brincadeiras com as crianças. É difícil dizer onde fiquei mais à vontade, porque gostei das duas divisões. Ficamos lendo histórias, fazendo brincadeiras de modo a envolver as crianças enquanto elas esperavam.
     Bem, falando sobre a experiência prática em si da saúde da criança achei muito interessante poder realizar esse trabalho diretamente focado pra essas crianças, porque é uma maneira de acompanhar o desenvolvimento dessas crianças e é o passo inicial para a detecção de possíveis anormalidades, como desnutrição, bem como problemas ligados ao crescimento delas. 
   É importante sobretudo para aquelas crianças que não costumam ir à unidade de sáude por diferentes motivos, variando desde um desleixo dos  próprios pais até mesmo a não possibilidade por exemplo em pais que relatam não ter tempo para isso em função dos seus trabalhos. 
    A partir desse aspecto geral e verficação de alguma anormalidade, o encaminhamento para a unidade de sáude possibilita um análise mais apurada do quadro direcionando para o tratamento e consequente reestabelecimento do bem estar físico dessas crianças. 
     Não me lembro de ter presenciado nenhum caso desses, mas acredito que se assim tivesse ocorrido esse encaminhamento teria sido uma intervenção importante.

   Para finalizar, um caso interessante que tivemos a oportunidade de ver e que ficou marcado pra mim foi o de uma menininha linda que eu já havia percebido que ficava quietinha no canto, mas eu não havia descoberto o motivo. Ela chamou muito a minha atenção e depois o professor Eduardo explicou o que ela tinha. Não sei se o diagnótico era esse mesmo, mas pelo que me recordo seria algo relacionado com Espinha Bífida.
   Já havíamos tido esse conteúdo teórico nas aulas de embriologia de períodos anteriores e essa visualização prática foi certamente interessante. Busquei como um complemento uma definição superficial do quadro:

"A Espinha Bífida, uma grave anormalidade congénita do sistema nervoso, desenvolve-se    nos dois primeiros meses de gestação e representa um defeito na formação do tubo neural. Uma das lesões congénitas mais comuns da medula espinhal é causada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através do orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção. Isto é denominado espinha bífida posterior e, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombosacral. Quando as raízes dos nervos lombo sacrais estão envolvidos, ocorrem graus variáveis de paralisia abaixo do nível envolvido."



    Talvez uma das coisas que mais tenha me marcado nessa menina foi o fato dela apresentar paralisia dos membros inferiores e não poder se locomover. Ela chorava muito na hora de ser pesada, fazia uma carinha de assustada, como se aquela lembrança de muitas pessoas ao redor dela vestidas de branco não fosse algo muito agradável para ela. Então, para pesá-la foi necessário que a professora se pesasse junto com ela e depois sozinha, de modo que a diferença dos valores fosse considerado o peso da criança.
    No final da nossa visita as crianças se despediram amorosamente em meio ao almoço delas. Saí de lá com um desejo enorme de continuar...




  Flávia Gomes

Vacinação

      Iniciamos as atividades no PSF com nossa típica visita domiciliar ás nossas famílias. Minha dupla e eu  fomos verificar como estavam o casal de idosos que acompanhamos. Após termos nos certificado que tudo estava bem, e não havia tido nenhum problema ao longo da semana retornamos ao posto. Em geral, a nossa família não apresenta grandes problemas. Eles são bastante cuidadosos com a saúde e dizem que sempre estão indo às consultas e tomando regularmente as suas medicações. A Dona M.L não constuma ir à unidade de Novo Palmares, mas é acompanhada por uma outra médica em outro posto. Enquanto o Sr M.J é quem se trata em Novo Palmares. Comparando o quadro deles, é ele quem apresenta as maiores oscilações de pressão, mas a gente tem acompanhado os valores e sempre estimulamos uma boa alimentação sugerindo cuidados especiais com o sal no tempero da comida, feijão... A Dona M.L diz que a comida deles tem baixo teor de sal, até porque já se acostumaram a comer assim. A prática de exercícios, como caminhada, também são estímulos levados por nós e que na verdade eles já o fazem esporadicamente. O  Sr M.J faz bastante caminhada, segundo o que eles relatam.
   O grande problema talvez seria o fato do Sr M.J ser fumante. Nós já aconselhamos sobre a prática e indicamos os programas existentes no posto que visam a redução do hábito. Eles dizem que já houve uma significativa redução do consumo de cigarros por ele, e que a cada vez ele tem diminuído mais o uso.
    
  Quando retornamos ao posto tivemos a prática de vacinação, na qual nos foi ensinado o procedimento e depois então pudemos treinar um no outro. Para falar a verdade eu já havia passado por essa experiência, porque semestre passado eu fiz a eletiva de vacinação e então nós treinamos bastante isso. Por isso preferi ficar só observando, porque confesso não gostar muito de agulhas. Já tinha sofrido essa tensão anteriormente.
   Mas de um modo geral achei produtiva a prática e foi importante para reforçar os conceitos que eu já tinha aprendido. E o mais interessante é a didática utilizada por cada um, que faz com que um mesmo conteúdo teórico seja visto diferentemente na prática de acordo com aquele que está ensinando. Acho isso curioso e importante para que a mesma idéia possa ser reforçada de formas distintas. 
    Quando terminamos a prática encerramos as atividades do dia. Por esse tempo as nossas atividades foram um  pouco mais controladas no sentido de horário, porque estávamos no famoso período de urinário, no qual a pontualidade era algo crucial para as nossas aulas.


   Flávia Gomes
    


    

 Consulta das crianças

    Esse dia foi um dos mais legais pra mim. Eu adoro crianças e esse momento de contato com elas foi muito gratificante. Como foi um dia voltado especificamente para a consulta com as crianças achei que o posto ficou mais cheio de crianças do que de costume. Na verdade a idéia que eu tenho é que normalmente é bem variada a faixa etária dos pacientes.
    Creio que todos os alunos estavam ansiosos, mas infelizmente não vi todos participando das atividades. Eu pude participar e fiquei muito satisfeita. Nós acompanhamos junto com os internos as consultas e também nos foi permitido participar dela. 
   A ficha de atendimento era bem simples, no meu ponto de vista. Ela envolvia perguntas gerais como o estado da criança nos últimos dias, se a criança havia apresentado febre, algum resfriado, queixa de dores... Enfim, perguntas que pudessem relacionar algum quadro patológico da criança. E depois se fazia a pesagem e medição dessas crianças. Costumava ser bem rápida as consultas, porque as perguntas eram objeticas e envolviam respostas diretas como sim ou não. Além disso, haviam muitos alunos auxiliando, de maneira que um pesava, outro media e outro verificava a pressão arterial. A parte mais complicada era a de justamente verificar a P.A. Em crianças o som ouvido é bem mais suave, dificultando a precisão da aferição. A primeira que tentei foi bem complicada, até mesmo pelo fato que não estávamos dentro de uma sala fechada, mas na entrada do posto onde os barulhos se confundiam. Mas com o passar das tentativas creio que os meus ouvidos se acostumaram mais com o "novo" som e consegui verficar de maneira correta.
   Um outro ponto que era verificado nessas consultas era o cartão de vacinação das crianças, com a intenção de orientá-las para as possíveis necessidades, conforme seus cartões mostrassem. Pelo menos naquelas crianças que acompanhei não vi grandes problemas. 
  Aproveitando o contexto da saúde da criança acrescento essa notícia, que não é tão recente assim, mas foi publicada esse ano e, portanto, acredita-se que os dados sejam bem recentes. Achei interessante fazer essa ligação com a diminuição da mortalidade infantil no nosso país. Sem dúvidas é uma importante evolução e resultado de políticas de sáude mais voltadas para a criança. Acredito também que a maior conscientização dos pais também tem sido um fator determinante, visto que a propaganda do Ministério da Saúde a respeito da sáude da criança tem sido mais reforçada, principlamente a questão da vacinação. As campanhas de vacinação tem sido mais enfáticas e com isso mobilizado mais pessoas. 
   Outro fato que acho que tem sido importante é o crescimento indubitável que o nosso país tem sofrido nos últimos anos. Apesar de vários pontos ainda não terem apresentado progresso, no geral o desenvolvimento do país tem sido percebido e essa redução da mortalidade também não deixa de ser reflexo desse crescimento, pois são fatores que andam juntos, ou pelo menos na teoria deveria ser assim. 
   Os novos investimentos direcionados à área de saúde têm sido pontos essenciais e determinantes para esse resultado, como os dados mostrados abaixo na reportagem revelam:


30/07/2010 , às 13h42

Brasil mantém queda sustentada de mortalidade infantil


Entre 1990 e 2008, índice caiu 54%. Queda é mais acelerada entre bebês com mais de 28 dias de vida, mesma tendência observada em países desenvolvidos


O Ministério da Saúde alerta para possíveis erros de interpretação da manchete de hoje do jornal Folha de São Paulo (“Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais). Por isso, esclarece que:

1) A mortalidade infantil tem caído de forma sustentada e significativa em todas as faixas etárias até os 5 anos de idade.

2) Os índices vêm sendo reduzidos mais drasticamente na faixa entre 29 dias e 12 meses de idade. Por isso, é natural que a PROPORÇÃO de óbitos neonatais (ou seja, até 28 dias) tenha aumentado em relação ao todo.

3) Entre 1990 e 2008, A MORTALIDAE NEONATAL CAIU 36% (a quantidade de óbitos baixou de 46.893 para 29.881). No mesmo período, a mortalidade infantil geral (de zero até 12 meses de vida) teve redução de 54%: o número de mortes caiu de 95.476 para 43.601.

4) Ou seja: há uma mudança no perfil da mortalidade infantil no país. Esta é uma tendência observada em países desenvolvidos pois está relacionada à melhoria da saúde das crianças a partir de ações de prevenção a doenças por meio de vacinação, combate à desnutrição e diarréias agudas.

5) O Ministério da Saúde tem focado sua atuação para a redução da mortalidade neonatal por meio de medidas como:

• A ampliação do acesso ao pré-natal: em 2009, foram realizadas 19,4 milhões de consultas – um aumento de 125% em relação a 2003;
• O aumento do número de leitos de UTI neonatal: até o final do ano, 775 novos leitos se somarão aos atuais 7.307;
• O aumento das Equipes de Saúde da Família (4.731 equipes) atuando no Pacto para a Redução da Mortalidade Infantil, lançado em 2009 com o objetivo de reduzir em 5% ao ano as mortes de crianças, principalmente na Amazônia Legal e na região nordeste;
• A ampliação do investimento financeiro nos hospitais Amigo da Criança, na Rede Perinatal Norte Nordeste e nas capacitações para o “Método Canguru”;
• A qualificação de 7,5 mil médicos e quase 30 mil profissionais que atuam em maternidades, UTIs neonatais e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

6) No ritmo que vem reduzindo seus índices de mortalidade infantil, o Brasil atingirá, em 2012, a 4ª meta do Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – três anos antes da data-limite fixada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=11571



    Flávia Gomes

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Treinamento de pesagem e medição de crianças

   Nesse dia, apesar de poucos alunos, as atividades foram muito produtivas e prazerosas. Confesso ser uma opinião muito pessoal, mas sem dúvidas qualquer trabalho relativo à criança me satisfaz plenamente. 
   Durante todo esse tempo em que acompanhamos idosos pude mudar conceitos que eu já trazia por bastante tempo comigo. Não acahava nenhum pouco estimulante o trabalho com os idosos, na verdade eu sempre quis trabalhar com crianças. Mas confesso ter me surpreendido. Essa experiência de acompanhar esses idosos foi única pro meu aprendizado. Consegui me envolver e aprender uma pouco mais sobre essa fase da nossa vida. Percebi o quanto eles são valiosos e o quanto é necessário que cuidemos deles. A saúde deles deveria ser uma importante prioridade... Mas não vou me prender a essas considerações, deixarei para fazê-las na minha última postagem que certamente contemplará muito dessa experiência proporcionada.
    O treinamento pelo qual passamos foi muito importante a nível de aprendizado, porque muitas coisas passam desapercebidas aos nossos olhos quando estamos em algumas consultas ou quando assistimos a algumas delas. Tudo perece muito fácil, de certo ponto de vista realmente o são, no entanto alguns detalhes são cruciais e certamente fazem grande diferença. Um exemplo é a posição que deve ser mantida durante a pesagem,  e as idades determinantes para cada instrumento de medida.
     Após termos aprendido como realizar o procedimento, treinamos entre nós para que pegássemos confiança para o posterior evento. Todos os conceitos novos são sempre bem-vindos, principalmente para nós iniciantes dessa linda profissão. Sem dúvidas o que mais desejamos é por em prática aquilo que temos ouvido e lido ao longo desse tempo, e a prática do AIS nos permite, pelo menos em parte, atingir esses objetivos.
    A ficha que seria usada na próxima semana também nos foi apresentada, mostrando o objetivo dela durante as consultas que se seguiriam na próxima semana.  


              Flávia Gomes

Retomando às postagens...

    Infelizmente fiquei um bom tempo sem postar nada, mas durante esse período eu estava fazendo anotações à parte para que depois eu pudesse atualizar o meu portifólio. Por isso, seguirão todas as postagens que estavam atrasadas.
   Bem, nesse dia além das nossas visitas domiciliares de rotina às nossas famílias, fizemos um treinamento de aferição de pressão arterial. Fomos ensinados a respeito do correto procedimento para que então pudéssemos de maneira coletiva treinarmos um com o outro. De início, ficamos um pouco enrolados, como já era de se esperar, porque afinal de contas ter de administrar ao mesmo tempo um estetoscópio e um esfignomanômetro não é das tarefas mais fáceis quando não se tem prática. Porém, com o passar das tentativas as coisas foram ficando mais claras e práticas para a gente. A tarefa foi facilitada pelo fato de termos a nossa disponibilidade a ajuda dos professores, visto que os erros cometidos eram corrigidos atenciosamente. 
   Falar de aferição de P.A inevitavelmente me leva à associação com Hipertensão Arterial Sistêmica. Infelizmente, dados de pesquisas nos mostram o grande impacto que essa doença tem sobre a vida da população brasileira. Os nossos hábitos alimentares que são reflexos de uma vida corrida e cheia de preocupações nos privam de uma alimentação saudável e controlada, contribuindo com o quadro alarmante de HAS. Exemplificando essa constatação, a família que acompanho é uma forte evidência disso. O casal de idosos são hipertensos, como eu já havia mencionado em postagens anteriores. 
    Os fatores determinantes sociais acredito que tenha uma grande influência sobre esse crescimento, visto que proporcionam pontos negativos como a pobreza que influi diretamente sobre a alimentação, bem como a dificuldade do acesso à programas de prevenção e tratamento, não somente relacionado com às unidades de sáude, mas principalmente pela falta de informação e instrução compartilhados por eles.

   Achei esse vídeo muito divertido e prático para o ensinamento da doença, por isso o escolhi para complementar o assunto: http://www.youtube.com/watch?v=E1hEgUdNWxw

      Espero que gostem...


          Flávia Gomes

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Programa de Saúde da Família!

    Na última quinta feira, dia 23, o dia começou bem chuvoso, e a vontade era de não ir ao estágio. Porém, decidi ir mesmo assim. Chegando lá, minha dupla e eu decidimos o que iríamos fazer, se ficaríamos na unidade para dar continuidade ao desenvolvimento do nosso familiograma ou se iríamos à VD. Por fim, decidimos ir para coletar as últimas informações que nos faltavam e dependendo do horário que voltássemos continuar com a nossa construção.
  Como sempre, fomos muito bem recebidos pela nossa família. Eles são pessoas maravilhosas, sempre vale a pena fazer uma visita e compartilhar experiências. No meio da nossa conversa, haja vista que a Dona M.L e o Sr M.J são hipertensos, perguntamos sobre a alimentação deles e demos algumas dicas de alimentação para o controle da pressão., evitando basicamente alimentos com alto teor salino. (Esse é um ponto que minha dupla e eu desejamos aprimorar mais para podermos de alguma forma intervir com dicas para um controle melhor.) Ao finalizar a nossa visita e voltarmos para o posto, a Dra. Patrícia nos fez um convite, perguntou-nos se gostaríamos de assistir a uma consulta feita por um dos novos internos que lá estão. Com muta satisfação fomos, e foi muito prazeroso. Aprendemos a aferir a pressão arterial, a pesar e medir os pacientes, bem como assistimos à realização do exame físico. As expectativas para o próximo encontro só aumentaram, visto que o interno nos deu a possibilidade de retorno, caso tenhamos um tempo disponível.
    Para nós, essa experiência já foi bem interessante, pois como todos sabem, o desejo do estudante de medicina é o quanto antes aprender um pouco mais sobre a prática da profissão.  Sem dúvidas, as aulas teóricas são indispensáveis, mas  a ansiedade pela execução da profissão também é imensa.
    Bem, pelo dia esses foram os fatos de maior relevância pra mim. Além da experiência trocada pelos colegas de turma que, como sempre, foi muito enriquecedora. A discussão à respeito da consulta realizada pelo outro interno a uma das senhoras, trouxe novas informações para nós.

    Em uma síntese sobre os acontecimentos dessas semanas de estágio em Novo palmares, fizemos cerca de  4 visitas domiciliares a mesma família, compartilhando informações e colhendo dados para o preenchimento da ficha A, a qual incluiu diversas informações a respeito da renda familiar, pessoas que moram na casa, grau de instrução, características da moradia, doenças crônicas, entre outras. Além disso, buscamos a genealogia da família, incluindo os casamentos anteriores dos nossos pacientes alvo, buscando o histórico de doenças dos familiares, bem como o relacionamento deles com os seus familiares, desde filhos até neto, irmãos, sobrinhos...
   Nos momentos de reuniões acrescentamos as experiências de cada dupla com base em suas visitas, compartilhamos doenças e possíveis medidas de interveção, além da análise do grau de risco em cada casa (baseado nos critérios já estabelecidos e mostrados nas microáreas da comunidade). 
    A leitura individual dos cadernos de diabetes e hipertensão do Ministério da Saúde e de textos para posteriores reflexões também foram requeridos. Reportagens para reflexões foram outros veículos utlizados. 
    Os conhecimentos das aulas teóricas foram fatores positivos de incremento ao estágio, já que trazem assuntos que estão diretamente relacionados com o nosso dia-a-dia no posto. As discussões, por exemplo, dos determinantes sociais de sáude, bem como a estratégia de saúde da família (abordados em sala) são temas interligados com a prática. Por exemplo, na realidade dessas famílias, percebemos a influência dada pela renda familiar, educação e moradia sobre a saúde dos indivíduos. Quanto mais desprovido economicamente, mais susceptível à doenças estão essas pessoas, não significando que apenas estas desenvolverão, mas devido aos escassos recursos, a prevenção e o tratamento tornam-se mais estreitos. E é então nesses pontos que atua o Programa de Saúde da Família, visando não somente o tratamento, mas de forma significante a prevenção dessas doenças, baseado em um vínculo construído entre profissional-paciente, sendo fato determinante a o entrosamento de toda uma família.   


  Para finalizar, deixo uma foto dos meus companheiros de viagem de todas as quintas feiras, rumo à Novo Palmares. Ficou faltando apenas o Rafael, que faltou no dia da foto. Com eles, as idas e vindas ficam bem mais agradáveis, mesmo quando pegamos extensos engarrafamentos...





Flávia Gomes

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desenvolvimento do PSF!


   Inicio a postagem de hoje fazendo alguns comentários a respeito de duas reportagens publicadas no site do Ministério da Saúde.
     Uma, trata-se de elogios feitos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o nosso sistema de saúde, enquanto a outra, fala sobre a abertura de inscrições para a especialização de profissionais em Saúde da Família.
    De certa forma, essas reportagens se entrelaçam, visto que o avanço do Sistema de Saúde está diretamente relacionado com a competência e especialização dos profissionais da área, os quais trabalham em conjunto buscando um objetivo único que é a saúde integral dos seus pacientes. No entanto, o fim da primeira reportagem revela que novos investimentos são requeridos a fim de que esse sucesso não só permaneça, mas também cresça. Em um outro site, o enfoque dado a mesma reportagem se aplica em dados percentuais de investimentos das esferas municipal, estadual e federal à área da saúde. Ela revela que os investimentos a partir das esferas federal e estadual estão abaixo do padrão comparativo.(http://br.noticias.yahoo.com/s/08092010/25/manchetes-oms-elogia-sus-mas-pede.html)
   Esse fato é bastante preocupante e a relevância a ser dada deve ser significante, já que o desenvolvimento dos diversos programas de saúde implantados no nosso país depende desses investimentos.
     Com mais especificidade, podemos falar sobre o nosso alvo, que é o Programa de Saúde da Família, que como pode ser visto abaixo está entre os itens elogiados pela OMS. Em um exemplo prático, pode ser citada a situação dos funcionários que fazem parte da Equipe Saúde da Família no nosso local de estágio, Novo Palmares. Segundo informações passadas pelos nossos professores, eles estão com seus pagamentos atrasados a cerca de 2 meses, revelando notoriamente um efeito direto a níveis de verba governamental. Como temos visto, por conta desse fato alguns profissionais recusam-se a ir trabalhar regularmente, apoiando-se, justamente, em seus atrasos salariais. Da mesma forma, vemos outros que continuam seus serviços, por amor, mesmo sem os seus devidos pagamentos. Tanto de uma forma, quanto de outra, podemos perceber que o resultado final é o comprometimento das atividades e dos objetivos da Saúde da Família. Assim, de maneira prática verificamos como problemas de investimentos prejudicam o desenvolvimento dos programas de saúde.
     Em contrapartida, a segunda reportagem revela o crescimento da estratégia da Saúde da Família, mostrando a abertura de vagas para a especialização dos profissionais que atuam nesse ramo. Essa, é uma ação importantíssima, visto que o desenvolvimento dessa área tem sido muito relevante. Para tal, é necessário que investimentos sejam feitos a fim de que haja em conjunto o acompanhamento da eficácia do programa e bem como da satisfação dos profissionais atuantes, seja com todo o aparato tecnológico requerido, como também com o retorno salarial satisfatório.



OMS elogia avanços no sistema de saúde do Brasil


"A Organização Mundial da Saúde (OMS) elogiou os avanços no sistema público de saúde do Brasil em boletim publicado no endereço www.who.int, na última quarta-feira (8/9). A organização, que 0é a maior autoridade de saúde do mundo, deu destaque ao programa Estratégia de Saúde da Família, do Departamento de Atenção Básica (DAB), e ao esforço que vem sendo feito para a redução da mortalidade infantil no país, tema trabalhado pelo Departamento de Ações Estratégicas e Programáticas (DAPES), ambos da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS).

Na avaliação da OMS, o Brasil caminha rumo à cobertura universal da saúde pública, sendo que o programa Saúde da Família, que atende mais de 97 milhões de pessoas e possui cerca de 30 mil equipes de trabalho, é a peça-chave do Sistema Único de Saúde (SUS).  A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada por equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Essa estratégia foi iniciada em 1994 e tem crescido expressivamente nos últimos anos, apresentando resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida. Para a OMS o financiamento da Atenção Primária precisa melhorar para aperfeiçoar a estrutura existente e ampliar o atendimento a toda população, evitando o atendimento hospitalar.
Outro dado que consta no informativo da OMS é o da redução da mortalidade infantil, que passou de 46 óbitos por mil nascidos vivos, em 1990, para 18 mortes por mil nascidos vivos, em 2008. Essa redução levará o Brasil a alcançar, em 2012, a quarta Meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, três anos antes da data limite fixada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A OMS também fez um alerta para a necessidade de solução do financiamento da saúde no país. Os entrevistados foram unânimes em dizer que a falta de recursos é o empecilho para a continuidade dos bons resultados. “Apesar de os problemas relacionados ao financiamento, houve melhoras significativas no setor saúde no Brasil”, informa o boletim da OMS."
                     

    Abertas as inscrições para Especialização em Saúde da Família


"Estão abertas as inscrições para especialização em Saúde da Família e Comunidade, Gestão da Atenção à Saúde do Idoso, Informação Cientifica e Tecnológica em Saúde e para o Curso Técnico em Registro e Informações em Saúde. O público-alvo são profissionais graduados, primordialmente nas áreas da saúde e informação. Com a certificação de Hospital de Ensino, o Grupo Hospitalar Conceição é um centro formador em gestão, atenção e pesquisa na área da saúde, focado para as exigências do Sistema Único de Saúde (SUS) e dedicado à formação multiprofissional. (..)
 http://200.214.130.35/dab/noticia/noticia_ret_detalhe.php?cod=1075



    Após terem sido feitas essas considerações, complemento com o relato dos acontecimentos da quinta feira passada, em Novo Palmares. Como já havíamos fazendo, continuamos com as visitas domicialiares à casa da Dona M.L e o Sr M. J. Agora, essas visitas têm sido mais direcionadas a coletagem de informações para a construção do nosso familiograma, que inclusive já demos início. Muitas informações são necessárias para que uma linhagem das gerações possa ser feita obedecendo as características genéticas. Durante essas pesquisas, descobrimos algo interessante. Descobrimos que o ex-esposo da Dona M.L era hemofílico, chegando ao óbito, segundo informações dadas por ela, em função da Hemofilia. Com mais perguntas, descobrimos que 9 dos irmãos desse senhor também tinham a doença, tendo a maioria morrido por conta disso. Descobrimos também que uma das filhas da Dona M.L herdou a doença.
Um pouco de esclarecimento:
"A hemofilia é uma doença hemorrágica, caracterizada pela deficiência dos fatores VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B) da coagulação. A hemofilia pode ser de origem adquirida ou congênita (hereditária). A forma adquirida, mais rara, decorre de doenças auto-imunes, câncer, gravidez, dentre outras, sendo, mais frequentemente, de origem idiopática. A forma congênita é uma doença genética, de herança recessiva ligada ao sexo, resultante de mutações nos genes que codificam os fatores VIII ou IX da coagulação, ambos localizados no braço longo do cromossomo X. A hemofilia não tem cura e a base do seu tratamento é a infusão do concentrado do fator deficiente, que pode ser de origem plasmática ou recombinante. Uma das complicações mais temíveis dos pacientes com hemofilia refere-se ao desenvolvimento de inibidores, que são anticorpos policlonais da classe IgG direcionados contra os fatores VIII e IX infundidos (aloanticorpos). Neste caso, os pacientes acometidos passam a não responder a infusão do fator deficiente e apresentam episódios hemorrágicos de difícil controle."

    Esse histórico é fundamental para que a prevalência de doenças possam ser verificadas na genealogia das famílias. Outro fato interessante é que os pais da Dona M.L, bem como ela e muitos dos seus irmãos são hipertensos, mostrando que a predisposição genética para o desenvolvimento dessa doença atrelado com fatores sociais, como renda da família, alimentação e conteúdo informativo (considerando-se que são provenientes de uma família humilde) são fortes determinantes para o estabelecimento da doença. 
   Nesse caso, condutas importantes a serem dadas e eles por nós seriam informações sobre a doença e como um controle com a alimentação pode ser benéfico para conter a progressão da doença.
   

Flávia Gomes

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Programa Saúde da Família
"A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade." (http://portal.saude.gov.br)





     Esta é uma foto tirada em frente ao Posto de Saúde da comunidade Novo Palmares. É aí onde temos os nossos encontros com os professores e onde a população local recebe atendimento. Na foto estou junto com a Joyce, minha dupla de atendimento às famílias.
    O nosso trabalho para esse semestre será acompanhar os idosos que residem nos lares para onde nos designaram. Já o iniciamos, e tem sido maravilhoso! Pela primeira vez na faculdade, chegamos o mais próximo da prática médica que tanto almejamos. 

   Estivemos por 2 quintas-feiras na casa da Dona M.L e do Sr M.J. Nas duas vezes os encontramos em casa, juntamente com a filha da Dona M.L. Fomos muito bem recebidas! Adorei a receptividade deles. Uma das melhores sensações que tive até agora desde que iniciei a faculdade...Pude me sentir um pouco médica, e quando eles trouxeram os exames para que víssemos  fiquei mais realizada ainda.
   Nos primeiros contatos, atualizamos o cadastramento deles e de toda a família, que inclusive é muito grande! Conversamos um pouco sobre o que eles achavam do PSF, e obtivemos muitos elogios.
    Os dois são pacientes *hipertensos a muitos anos, e fazem uso de medicamentos para controle. A Dona M.L também já foi **diabética, mas hoje, sua taxa de glicose baixou e está dentro dos parâmetros de normalidade.
     Esses são eles:



      A partir dessa semana, começaremos a construir o nosso familiograma.
         
                                                                                             Flávia Gomes
*A Hipertensão Arterial Sistêmica é a mais freqüente das doenças cardiovasculares. É também o
principal fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal.
**O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros.
(Dados tirados do Caderno de Atenção Básica- divulgado pelo Ministerio da Sáude)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Futuro da Humaninade!

" Um dia todos nós vamos para a solidão de um túmulo. Uma criança de um dia de vida já é suficientemente velha para morrer. A morte é a derrota da medicina. Todavia, apesar das limitações da ciência, devemos usar todas as nossas habilidades não apenas para prolongar a vida, mas para fazer dessa breve existência uma existência inesquecível. Os médicos devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos das emoções, profissionais capazes de enxergar as angústias, as ansiedades e as lágrimas por trás dos sintomas. Caso contrário, tratarão de órgãos e não de seres humanos. Acima de tudo, os médicos, bem como todo profissional que cuida da saúde humana, devem ser vendedores de sonhos. Pois, se conseguirmos fazer nossos pacientes sonharem ainda que seja com mais um dia de  vida ou com uma nova maneira de ver suas perdas, teremos encontrado um tesouro que reis não conquistaram..."

         (Por Augusto Cury em O Futuro da Humanidade) 


       Para dar início à extensa série de postagens que se seguirão nesse endereço eletrônico, escolho este texto referência de um excelente escritor e psiquiatra brasileiro, o ilustre Augusto Cury. Vejo neste texto a essência da medicina. O médico não deveria ser apenas o meio requerido nos momentos de sinais de falência da incrível "máquina humana", mas em todos os outros nos quais a saúde humana requer zelo e apreço, ou seja, sempre. Pois se assim acontecesse, vínculos poderiam ser estabelecidos entre médico e paciente, de maneira que juntos trabalhariam em prol de um mesmo objetivo: a saúde (seja ela em todos os âmbitos). E talvez, tão importante quanto isso, entenderíamos que os médicos, assim como citado no texto, não são apenas "cuidadores de órgãos",  mas também vendedores de sonhos!

      O Programa de Saúde da Família resgata essa essência básica, visto que busca a relação profissional da área de sáude-paciente de maneira integral. Por efeito, é capaz de construir um vínculo de confiança entre as partes, de maneira que os objetivos da medicina progridem, buscando o entendimento do paciente e naturalmente o trabalho preventivo de toda uma família.


                                                                       Flávia Gomes