terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desenvolvimento do PSF!


   Inicio a postagem de hoje fazendo alguns comentários a respeito de duas reportagens publicadas no site do Ministério da Saúde.
     Uma, trata-se de elogios feitos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o nosso sistema de saúde, enquanto a outra, fala sobre a abertura de inscrições para a especialização de profissionais em Saúde da Família.
    De certa forma, essas reportagens se entrelaçam, visto que o avanço do Sistema de Saúde está diretamente relacionado com a competência e especialização dos profissionais da área, os quais trabalham em conjunto buscando um objetivo único que é a saúde integral dos seus pacientes. No entanto, o fim da primeira reportagem revela que novos investimentos são requeridos a fim de que esse sucesso não só permaneça, mas também cresça. Em um outro site, o enfoque dado a mesma reportagem se aplica em dados percentuais de investimentos das esferas municipal, estadual e federal à área da saúde. Ela revela que os investimentos a partir das esferas federal e estadual estão abaixo do padrão comparativo.(http://br.noticias.yahoo.com/s/08092010/25/manchetes-oms-elogia-sus-mas-pede.html)
   Esse fato é bastante preocupante e a relevância a ser dada deve ser significante, já que o desenvolvimento dos diversos programas de saúde implantados no nosso país depende desses investimentos.
     Com mais especificidade, podemos falar sobre o nosso alvo, que é o Programa de Saúde da Família, que como pode ser visto abaixo está entre os itens elogiados pela OMS. Em um exemplo prático, pode ser citada a situação dos funcionários que fazem parte da Equipe Saúde da Família no nosso local de estágio, Novo Palmares. Segundo informações passadas pelos nossos professores, eles estão com seus pagamentos atrasados a cerca de 2 meses, revelando notoriamente um efeito direto a níveis de verba governamental. Como temos visto, por conta desse fato alguns profissionais recusam-se a ir trabalhar regularmente, apoiando-se, justamente, em seus atrasos salariais. Da mesma forma, vemos outros que continuam seus serviços, por amor, mesmo sem os seus devidos pagamentos. Tanto de uma forma, quanto de outra, podemos perceber que o resultado final é o comprometimento das atividades e dos objetivos da Saúde da Família. Assim, de maneira prática verificamos como problemas de investimentos prejudicam o desenvolvimento dos programas de saúde.
     Em contrapartida, a segunda reportagem revela o crescimento da estratégia da Saúde da Família, mostrando a abertura de vagas para a especialização dos profissionais que atuam nesse ramo. Essa, é uma ação importantíssima, visto que o desenvolvimento dessa área tem sido muito relevante. Para tal, é necessário que investimentos sejam feitos a fim de que haja em conjunto o acompanhamento da eficácia do programa e bem como da satisfação dos profissionais atuantes, seja com todo o aparato tecnológico requerido, como também com o retorno salarial satisfatório.



OMS elogia avanços no sistema de saúde do Brasil


"A Organização Mundial da Saúde (OMS) elogiou os avanços no sistema público de saúde do Brasil em boletim publicado no endereço www.who.int, na última quarta-feira (8/9). A organização, que 0é a maior autoridade de saúde do mundo, deu destaque ao programa Estratégia de Saúde da Família, do Departamento de Atenção Básica (DAB), e ao esforço que vem sendo feito para a redução da mortalidade infantil no país, tema trabalhado pelo Departamento de Ações Estratégicas e Programáticas (DAPES), ambos da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS).

Na avaliação da OMS, o Brasil caminha rumo à cobertura universal da saúde pública, sendo que o programa Saúde da Família, que atende mais de 97 milhões de pessoas e possui cerca de 30 mil equipes de trabalho, é a peça-chave do Sistema Único de Saúde (SUS).  A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada por equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Essa estratégia foi iniciada em 1994 e tem crescido expressivamente nos últimos anos, apresentando resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida. Para a OMS o financiamento da Atenção Primária precisa melhorar para aperfeiçoar a estrutura existente e ampliar o atendimento a toda população, evitando o atendimento hospitalar.
Outro dado que consta no informativo da OMS é o da redução da mortalidade infantil, que passou de 46 óbitos por mil nascidos vivos, em 1990, para 18 mortes por mil nascidos vivos, em 2008. Essa redução levará o Brasil a alcançar, em 2012, a quarta Meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, três anos antes da data limite fixada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A OMS também fez um alerta para a necessidade de solução do financiamento da saúde no país. Os entrevistados foram unânimes em dizer que a falta de recursos é o empecilho para a continuidade dos bons resultados. “Apesar de os problemas relacionados ao financiamento, houve melhoras significativas no setor saúde no Brasil”, informa o boletim da OMS."
                     

    Abertas as inscrições para Especialização em Saúde da Família


"Estão abertas as inscrições para especialização em Saúde da Família e Comunidade, Gestão da Atenção à Saúde do Idoso, Informação Cientifica e Tecnológica em Saúde e para o Curso Técnico em Registro e Informações em Saúde. O público-alvo são profissionais graduados, primordialmente nas áreas da saúde e informação. Com a certificação de Hospital de Ensino, o Grupo Hospitalar Conceição é um centro formador em gestão, atenção e pesquisa na área da saúde, focado para as exigências do Sistema Único de Saúde (SUS) e dedicado à formação multiprofissional. (..)
 http://200.214.130.35/dab/noticia/noticia_ret_detalhe.php?cod=1075



    Após terem sido feitas essas considerações, complemento com o relato dos acontecimentos da quinta feira passada, em Novo Palmares. Como já havíamos fazendo, continuamos com as visitas domicialiares à casa da Dona M.L e o Sr M. J. Agora, essas visitas têm sido mais direcionadas a coletagem de informações para a construção do nosso familiograma, que inclusive já demos início. Muitas informações são necessárias para que uma linhagem das gerações possa ser feita obedecendo as características genéticas. Durante essas pesquisas, descobrimos algo interessante. Descobrimos que o ex-esposo da Dona M.L era hemofílico, chegando ao óbito, segundo informações dadas por ela, em função da Hemofilia. Com mais perguntas, descobrimos que 9 dos irmãos desse senhor também tinham a doença, tendo a maioria morrido por conta disso. Descobrimos também que uma das filhas da Dona M.L herdou a doença.
Um pouco de esclarecimento:
"A hemofilia é uma doença hemorrágica, caracterizada pela deficiência dos fatores VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B) da coagulação. A hemofilia pode ser de origem adquirida ou congênita (hereditária). A forma adquirida, mais rara, decorre de doenças auto-imunes, câncer, gravidez, dentre outras, sendo, mais frequentemente, de origem idiopática. A forma congênita é uma doença genética, de herança recessiva ligada ao sexo, resultante de mutações nos genes que codificam os fatores VIII ou IX da coagulação, ambos localizados no braço longo do cromossomo X. A hemofilia não tem cura e a base do seu tratamento é a infusão do concentrado do fator deficiente, que pode ser de origem plasmática ou recombinante. Uma das complicações mais temíveis dos pacientes com hemofilia refere-se ao desenvolvimento de inibidores, que são anticorpos policlonais da classe IgG direcionados contra os fatores VIII e IX infundidos (aloanticorpos). Neste caso, os pacientes acometidos passam a não responder a infusão do fator deficiente e apresentam episódios hemorrágicos de difícil controle."

    Esse histórico é fundamental para que a prevalência de doenças possam ser verificadas na genealogia das famílias. Outro fato interessante é que os pais da Dona M.L, bem como ela e muitos dos seus irmãos são hipertensos, mostrando que a predisposição genética para o desenvolvimento dessa doença atrelado com fatores sociais, como renda da família, alimentação e conteúdo informativo (considerando-se que são provenientes de uma família humilde) são fortes determinantes para o estabelecimento da doença. 
   Nesse caso, condutas importantes a serem dadas e eles por nós seriam informações sobre a doença e como um controle com a alimentação pode ser benéfico para conter a progressão da doença.
   

Flávia Gomes

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