terça-feira, 23 de novembro de 2010

O que ficou...



 Bem, acredito que esta seja a última postagem desse blog. Em termos numéricos, não foram feitas muitas postagens aqui, no entanto, tentei reunir os principais pontos de cada semana para que a construção desse veículo ficasse coerente com as experiências adquiridas.
    Sem dúvidas, eu não conseguiria em uma única postagem contemplar tudo o que me foi proporcionado nesses últimos meses. Cada momento foi especial e determinante para a minha formação, pois creio que toda a carga de aprendizado que a gente leva interfere na nossa formação num futuro próximo. Logo, cada quinta feira trouxe algo de novo pra mim, sendo um dos principais estimulantes desse semestre complicado.
    Lamento por estar chegando ao fim, porque este era um dos contatos mais próximos proporcionados à nós até o momento, mas sabemos que a nossa vida é composta por ciclos e portanto para que alguns novos se instalem é necessário que outros se desfaçam, e isso não é necessariamente algo ruim quando aprendemos a extrair o que cada um pôde nos trazer de mais importante.
    Talvez algo que mais tenha me chamado a atenção após uma breve reflexão a respeito desse período foi o quanto essa experiência é relevante não somente no sentido do curso em si, mas também sobre a nossa humanização e conceitos que envolvem a nossa sociedade. Digo isto porque o PSF me trouxe valores significantes, além de mudar paradigmas previamente estabelecidos não sei se por mim ou pela sociedade que me cerca. Nada como estarmos pertos para construir pensamentos e desenvolver o espírito da autocrítica.
    Um exemplo prático e simples que eu posso dar diz respeito ao impacto que os determinantes sociais têm sobre a saúde como um todo. Antes eu conhecia apenas de ouvir falar, mas agora pude organizar uma crítica pessoal embasada na experiência que eu mesma vivi. Fatores como a pobreza, educação precária, falta de recursos, informação escassa são fatores diretamente associados com o bem estar físico e mental de cada indivíduo. É muito fácil julgarmos quando estamos de fora, mas quando nos incluímos na realidade destes somos capazes de entender um pouco das dificuldades enfrentadas por cada um e a influência sobre suas vidas. Por isso, acredito que um dos valores mais preciosos talvez reforçado, talvez aprendido  nesse período seja a Humanização.
    

    
  Mediante a categorização que fizemos conjuntamente nessa última quinta feira, grupos de idéias distintas foram feitas a partir de uma chuva de palavras que expressavam pensamentos soltos e que no fim apresentaram uma lógica fantástica, de maneira que muitas delas pareciam complementos indispensáveis de outras. Assim, percebemos que não eram palavras soltas e sim interligadas de uma forma ou de outra e compartilhado se não por todos pela maioria dos que ali estava, porque o entrosamento e familiaridade eram fatos reais naquele momento.
  Portanto, para cada categorização  que fizemos destacarei pontos, ou melhor, palavras mais condizentes com a minha experiência pessoal:

Campo Prático: Jaleco, gratidão, presença, conversar, auxílio, engarrafamento, contraste, convivência, recusa, Dra Patrícia, pobreza, consulta, greve, VD, desigualdade, satisfação, reflexão, horário, atenção, persistência, interesse da família, determinação, confiança, progresso, comunidade, pão com mortadela, respeito, carinho, criança, aconselhamento, idoso, micro-área, carência, compromisso, realidade, prática é tudo;

    Nesse campo, pessoalmente eu destacaria os componentes abstratos que trouxeram  grandes marcas, como a gratidão (nada se compara ao sentimento de gratidão gerado nas famílias que acompanhamos e a exposição desta para nós); carinho (compartilhar desse carinho de forma recíproco foi realmente gratificante); respeito (privilégio grande dos que conseguem entendê-lo; não é uma questão de concordância ou não, mas sim de entendimento dos direitos e valores de cada um); carência (uma verdade às vezes dura, mas real); confiança (nunca pensei que as pessoas depositassem tanta confiança em mim, mesmo quando nem eu mesma me mostrava confiança); satisfação (muito abstrato no nome, mas muito concreto na pártica); determinação (compartilhado não só por eles, mas também por nós alunos); aconselhamento (é verdadeiramente um ponto crucial desenvolvido por nós e que se reflete significativamente neles); progresso (é de todos); desigualdade (talvez algo mais claro que isso não exista); convivência (o caminho de tudo); idoso (fonte de aprendizado). Prática é tudo!!

Conceitos Teóricos: Integralidade, Universalidade, Equidade, familiograma, VD, portifólio, multi-disciplinaridade, SUS, micro-área, unidade de saúde, prontuário familiar, equipe, prevenção, agentes comunitários de saúde (ACS), cadernetas, planejamento, odonto, história, usuário, ficha do idoso, social, conscientização, realidade social, relação médico–paciente;

    Esses conceitos teóricos de certa forma são mais práticos do que teóricos, partindo do princípio que nós os entendemos mais na prática do que na teoria em si. Como entender o conceito de trabalho em equipe envolvendo diferentes profissionais trabalhando em conjunto se não estivermos dentro dessa esfera? Particularmente acho difícil... A fim de ilustrar o papel de cada integrante adiciono esse site que achei muito interessante e descontraído visando sintetizar a função de cada um: http://www.famema.br/saudedafamilia/equipe1.htm 
   Outros conteúdos importantes foram a familiaridade com a ficha do idoso, caderneta do idoso, cartão de vacinação, caderneta da criança, do adolescente... Enfim essa parte de manuseio de fatores relacionados com as consultas dos pacientes, de modo a se criar uma continuação do acompanhamento de cada um individualmente.
  Os princípios do SUS: Universalidade, Equidade e Integralidade também foram pontos frisados nas aulas teóricas e que mais facilmente foram entendidos na prática. Um exemplo que ficou marcado pra mim é o fato do posto de Novo Palmares ficar ao lado de condomínios luxuosos, cujos moradores certamente não precisariam de se utilizarem desse serviço, considerando-se a fonte de renda deles. No entanto, o SUS não faz distinção de pessoas, selecionando talvez as mais necessitadas ou oferecendo tratamento de forma diferenciada, pelo contrário ele abrange a todos. A opção de querer ou não ser incluído nessa atuação é individual e cabe a cada um analisar as suas condições. Lembro-me que quando perguntei se esses moradores também estavam incluídos no PSF me responderam que não estavam por opção, talvez por não acharem necessário ou talvez por não se sentirem confortáveis com a proposta. Porém, o fato é que o direito é de todos de acordo com as necessidades individuais e de maneira total.
    Finalizando essa parte, a relação médico-paciente foi um legado importante deixado por essa experiência. Confesso ter me encantado com o trabalho da Dra. Patrícia. Sempre tive em mente que o relacionamento estabelecido entre o médico e o paciente é essencial e determinante para o acompanhamento do paciente. Ele nos permite entrar no universo das emoções de cada um, criando vínculos importantes para a função do médico. Isso é sobremodo facilitado pela PSF, no qual essa aproximação pode ser ainda maior.

Pontos positivos: Pão com mortadela, respeito, carinho, aconselhamento, VD, reflexão, hospitalidade, aprendizado, gratidão, auxílio, determinação, confiança, atenção, persistência, satisfação, conscientização, presença do auto-cuidado, conversa, convivência, criança, afetividade, ato de dar e receber, acolhimento.

    Muitos dos tópicos abordados nesse campo estão incluídos no campo prático, por isso deixo as mesmas considerações supracitadas, fazendo um breve adendo à afetividade e ao acolhimento que não foram ditos anteriormente, mas que sem dúvidas foram fatores importantes e como a própria semântica dessas palavras demonstra, essenciais.
    As VD´s trouxeram uma significante contribuição também, visto que era o nosso momento de agirmos como estudantes de medicina. Uma experiência única e crucial para a percepção de possíveis alterações ao longo das semanas e de modo a proporcionar um acompanhamento dessas famílias analisando os fatores de risco envolvidos em cada família representada. Além disso, eram através dessas que as intervenções poderiam ser propostas por nós visando o auto-cuidado deles próprios.

Pontos negativos: Padre, engarrafamento, horário, greve, recursos, desigualdade, lama, pobreza, dor, choro, van, portifólio, ausência de auto-cuidado, referências, VD;

   Excetuando-se os contratempos como engarrafamento, atraso da van, horário e o conturbado período do Padre,  a maioria é reflexo da realidade da comunidade, sendo o caso da pobreza, lama, desigualdade, falta de recursos, greve, ausência de auto-cuidado e que infelizmente contempla não só essa população, mas grande parte da população brasileira. Portanto, são pontos negativos com grande abrangência.

Doença: hipertensão, escabiose, DPOC, diabetes, obesidade, hiperatividade, sal, locomoção, fator de risco, cigarro, dieta, choro, dor, Ministério da Saúde; 

   Uma das partes mais práticas de todas. Acompanhar e entender um pouco mais dessas doenças compreendendo os seus fatores de risco e a importância do aconselhamento médico também foram experiências adquiridas e que certamente nos trarão grande  benefícios sociais e profissionais. Algumas dessas já foram mencionadas em postagens anteriores.

    Esse ciclo termina por aqui para que outros se iniciem e tragam experiências tão boas e frutíferas quanto estas.


                                Flávia Gomes
   


sexta-feira, 19 de novembro de 2010



  O dia da creche!

      Esse foi o melhor dia pra mim!!! Adorei ter estado lá com todas aquelas crianças. A proposta era a de pesarmos e medirmos as crianças que estivessem  na creche naquele dia. Na minha análise percebi que todos estavam muito ansiosos e queriam realmente ir, até porque muitos disseram que só haviam ido à prática naquele dia justamente pela atividade na creche. Era um dos dias mais tensos do PCI de Urinário porque teríamos apresentação do nosso trabalho à tarde, então a tensão tomava conta daqueles que ainda não haviam apresentado seus temas eletivos. Esse era o meu caso, mas com certeza eu não perderia essa oportunidade tão nobre.
     Ao chegarmos na creche fomos recebidos muito bem, principalmente por todas aquelas crianças que foram muito receptivas. Então nos dividimos em dois grupos: um ficaria momentaneamente responsável pelo entreterimento de parte das crianças, enquanto o outro ficaria dentro da sala participando da pesagem e medição das crianças. 
    Comecei dentro da salinha, pesando e medindo as crianças que chegavam a nós. Eram muitas e a grande maioria não apresentou nenhum problema com a prática, sendo poucas as exceções. Na verdade, creio que o obstáculo maior era a considerável agitação das crianças do que propriamente a repulsa ao procedimento. 
     Em seguida troquei com parte dos colegas e fui para a parte das brincadeiras com as crianças. É difícil dizer onde fiquei mais à vontade, porque gostei das duas divisões. Ficamos lendo histórias, fazendo brincadeiras de modo a envolver as crianças enquanto elas esperavam.
     Bem, falando sobre a experiência prática em si da saúde da criança achei muito interessante poder realizar esse trabalho diretamente focado pra essas crianças, porque é uma maneira de acompanhar o desenvolvimento dessas crianças e é o passo inicial para a detecção de possíveis anormalidades, como desnutrição, bem como problemas ligados ao crescimento delas. 
   É importante sobretudo para aquelas crianças que não costumam ir à unidade de sáude por diferentes motivos, variando desde um desleixo dos  próprios pais até mesmo a não possibilidade por exemplo em pais que relatam não ter tempo para isso em função dos seus trabalhos. 
    A partir desse aspecto geral e verficação de alguma anormalidade, o encaminhamento para a unidade de sáude possibilita um análise mais apurada do quadro direcionando para o tratamento e consequente reestabelecimento do bem estar físico dessas crianças. 
     Não me lembro de ter presenciado nenhum caso desses, mas acredito que se assim tivesse ocorrido esse encaminhamento teria sido uma intervenção importante.

   Para finalizar, um caso interessante que tivemos a oportunidade de ver e que ficou marcado pra mim foi o de uma menininha linda que eu já havia percebido que ficava quietinha no canto, mas eu não havia descoberto o motivo. Ela chamou muito a minha atenção e depois o professor Eduardo explicou o que ela tinha. Não sei se o diagnótico era esse mesmo, mas pelo que me recordo seria algo relacionado com Espinha Bífida.
   Já havíamos tido esse conteúdo teórico nas aulas de embriologia de períodos anteriores e essa visualização prática foi certamente interessante. Busquei como um complemento uma definição superficial do quadro:

"A Espinha Bífida, uma grave anormalidade congénita do sistema nervoso, desenvolve-se    nos dois primeiros meses de gestação e representa um defeito na formação do tubo neural. Uma das lesões congénitas mais comuns da medula espinhal é causada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através do orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção. Isto é denominado espinha bífida posterior e, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombosacral. Quando as raízes dos nervos lombo sacrais estão envolvidos, ocorrem graus variáveis de paralisia abaixo do nível envolvido."



    Talvez uma das coisas que mais tenha me marcado nessa menina foi o fato dela apresentar paralisia dos membros inferiores e não poder se locomover. Ela chorava muito na hora de ser pesada, fazia uma carinha de assustada, como se aquela lembrança de muitas pessoas ao redor dela vestidas de branco não fosse algo muito agradável para ela. Então, para pesá-la foi necessário que a professora se pesasse junto com ela e depois sozinha, de modo que a diferença dos valores fosse considerado o peso da criança.
    No final da nossa visita as crianças se despediram amorosamente em meio ao almoço delas. Saí de lá com um desejo enorme de continuar...




  Flávia Gomes

Vacinação

      Iniciamos as atividades no PSF com nossa típica visita domiciliar ás nossas famílias. Minha dupla e eu  fomos verificar como estavam o casal de idosos que acompanhamos. Após termos nos certificado que tudo estava bem, e não havia tido nenhum problema ao longo da semana retornamos ao posto. Em geral, a nossa família não apresenta grandes problemas. Eles são bastante cuidadosos com a saúde e dizem que sempre estão indo às consultas e tomando regularmente as suas medicações. A Dona M.L não constuma ir à unidade de Novo Palmares, mas é acompanhada por uma outra médica em outro posto. Enquanto o Sr M.J é quem se trata em Novo Palmares. Comparando o quadro deles, é ele quem apresenta as maiores oscilações de pressão, mas a gente tem acompanhado os valores e sempre estimulamos uma boa alimentação sugerindo cuidados especiais com o sal no tempero da comida, feijão... A Dona M.L diz que a comida deles tem baixo teor de sal, até porque já se acostumaram a comer assim. A prática de exercícios, como caminhada, também são estímulos levados por nós e que na verdade eles já o fazem esporadicamente. O  Sr M.J faz bastante caminhada, segundo o que eles relatam.
   O grande problema talvez seria o fato do Sr M.J ser fumante. Nós já aconselhamos sobre a prática e indicamos os programas existentes no posto que visam a redução do hábito. Eles dizem que já houve uma significativa redução do consumo de cigarros por ele, e que a cada vez ele tem diminuído mais o uso.
    
  Quando retornamos ao posto tivemos a prática de vacinação, na qual nos foi ensinado o procedimento e depois então pudemos treinar um no outro. Para falar a verdade eu já havia passado por essa experiência, porque semestre passado eu fiz a eletiva de vacinação e então nós treinamos bastante isso. Por isso preferi ficar só observando, porque confesso não gostar muito de agulhas. Já tinha sofrido essa tensão anteriormente.
   Mas de um modo geral achei produtiva a prática e foi importante para reforçar os conceitos que eu já tinha aprendido. E o mais interessante é a didática utilizada por cada um, que faz com que um mesmo conteúdo teórico seja visto diferentemente na prática de acordo com aquele que está ensinando. Acho isso curioso e importante para que a mesma idéia possa ser reforçada de formas distintas. 
    Quando terminamos a prática encerramos as atividades do dia. Por esse tempo as nossas atividades foram um  pouco mais controladas no sentido de horário, porque estávamos no famoso período de urinário, no qual a pontualidade era algo crucial para as nossas aulas.


   Flávia Gomes
    


    

 Consulta das crianças

    Esse dia foi um dos mais legais pra mim. Eu adoro crianças e esse momento de contato com elas foi muito gratificante. Como foi um dia voltado especificamente para a consulta com as crianças achei que o posto ficou mais cheio de crianças do que de costume. Na verdade a idéia que eu tenho é que normalmente é bem variada a faixa etária dos pacientes.
    Creio que todos os alunos estavam ansiosos, mas infelizmente não vi todos participando das atividades. Eu pude participar e fiquei muito satisfeita. Nós acompanhamos junto com os internos as consultas e também nos foi permitido participar dela. 
   A ficha de atendimento era bem simples, no meu ponto de vista. Ela envolvia perguntas gerais como o estado da criança nos últimos dias, se a criança havia apresentado febre, algum resfriado, queixa de dores... Enfim, perguntas que pudessem relacionar algum quadro patológico da criança. E depois se fazia a pesagem e medição dessas crianças. Costumava ser bem rápida as consultas, porque as perguntas eram objeticas e envolviam respostas diretas como sim ou não. Além disso, haviam muitos alunos auxiliando, de maneira que um pesava, outro media e outro verificava a pressão arterial. A parte mais complicada era a de justamente verificar a P.A. Em crianças o som ouvido é bem mais suave, dificultando a precisão da aferição. A primeira que tentei foi bem complicada, até mesmo pelo fato que não estávamos dentro de uma sala fechada, mas na entrada do posto onde os barulhos se confundiam. Mas com o passar das tentativas creio que os meus ouvidos se acostumaram mais com o "novo" som e consegui verficar de maneira correta.
   Um outro ponto que era verificado nessas consultas era o cartão de vacinação das crianças, com a intenção de orientá-las para as possíveis necessidades, conforme seus cartões mostrassem. Pelo menos naquelas crianças que acompanhei não vi grandes problemas. 
  Aproveitando o contexto da saúde da criança acrescento essa notícia, que não é tão recente assim, mas foi publicada esse ano e, portanto, acredita-se que os dados sejam bem recentes. Achei interessante fazer essa ligação com a diminuição da mortalidade infantil no nosso país. Sem dúvidas é uma importante evolução e resultado de políticas de sáude mais voltadas para a criança. Acredito também que a maior conscientização dos pais também tem sido um fator determinante, visto que a propaganda do Ministério da Saúde a respeito da sáude da criança tem sido mais reforçada, principlamente a questão da vacinação. As campanhas de vacinação tem sido mais enfáticas e com isso mobilizado mais pessoas. 
   Outro fato que acho que tem sido importante é o crescimento indubitável que o nosso país tem sofrido nos últimos anos. Apesar de vários pontos ainda não terem apresentado progresso, no geral o desenvolvimento do país tem sido percebido e essa redução da mortalidade também não deixa de ser reflexo desse crescimento, pois são fatores que andam juntos, ou pelo menos na teoria deveria ser assim. 
   Os novos investimentos direcionados à área de saúde têm sido pontos essenciais e determinantes para esse resultado, como os dados mostrados abaixo na reportagem revelam:


30/07/2010 , às 13h42

Brasil mantém queda sustentada de mortalidade infantil


Entre 1990 e 2008, índice caiu 54%. Queda é mais acelerada entre bebês com mais de 28 dias de vida, mesma tendência observada em países desenvolvidos


O Ministério da Saúde alerta para possíveis erros de interpretação da manchete de hoje do jornal Folha de São Paulo (“Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais). Por isso, esclarece que:

1) A mortalidade infantil tem caído de forma sustentada e significativa em todas as faixas etárias até os 5 anos de idade.

2) Os índices vêm sendo reduzidos mais drasticamente na faixa entre 29 dias e 12 meses de idade. Por isso, é natural que a PROPORÇÃO de óbitos neonatais (ou seja, até 28 dias) tenha aumentado em relação ao todo.

3) Entre 1990 e 2008, A MORTALIDAE NEONATAL CAIU 36% (a quantidade de óbitos baixou de 46.893 para 29.881). No mesmo período, a mortalidade infantil geral (de zero até 12 meses de vida) teve redução de 54%: o número de mortes caiu de 95.476 para 43.601.

4) Ou seja: há uma mudança no perfil da mortalidade infantil no país. Esta é uma tendência observada em países desenvolvidos pois está relacionada à melhoria da saúde das crianças a partir de ações de prevenção a doenças por meio de vacinação, combate à desnutrição e diarréias agudas.

5) O Ministério da Saúde tem focado sua atuação para a redução da mortalidade neonatal por meio de medidas como:

• A ampliação do acesso ao pré-natal: em 2009, foram realizadas 19,4 milhões de consultas – um aumento de 125% em relação a 2003;
• O aumento do número de leitos de UTI neonatal: até o final do ano, 775 novos leitos se somarão aos atuais 7.307;
• O aumento das Equipes de Saúde da Família (4.731 equipes) atuando no Pacto para a Redução da Mortalidade Infantil, lançado em 2009 com o objetivo de reduzir em 5% ao ano as mortes de crianças, principalmente na Amazônia Legal e na região nordeste;
• A ampliação do investimento financeiro nos hospitais Amigo da Criança, na Rede Perinatal Norte Nordeste e nas capacitações para o “Método Canguru”;
• A qualificação de 7,5 mil médicos e quase 30 mil profissionais que atuam em maternidades, UTIs neonatais e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

6) No ritmo que vem reduzindo seus índices de mortalidade infantil, o Brasil atingirá, em 2012, a 4ª meta do Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – três anos antes da data-limite fixada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=11571



    Flávia Gomes

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Treinamento de pesagem e medição de crianças

   Nesse dia, apesar de poucos alunos, as atividades foram muito produtivas e prazerosas. Confesso ser uma opinião muito pessoal, mas sem dúvidas qualquer trabalho relativo à criança me satisfaz plenamente. 
   Durante todo esse tempo em que acompanhamos idosos pude mudar conceitos que eu já trazia por bastante tempo comigo. Não acahava nenhum pouco estimulante o trabalho com os idosos, na verdade eu sempre quis trabalhar com crianças. Mas confesso ter me surpreendido. Essa experiência de acompanhar esses idosos foi única pro meu aprendizado. Consegui me envolver e aprender uma pouco mais sobre essa fase da nossa vida. Percebi o quanto eles são valiosos e o quanto é necessário que cuidemos deles. A saúde deles deveria ser uma importante prioridade... Mas não vou me prender a essas considerações, deixarei para fazê-las na minha última postagem que certamente contemplará muito dessa experiência proporcionada.
    O treinamento pelo qual passamos foi muito importante a nível de aprendizado, porque muitas coisas passam desapercebidas aos nossos olhos quando estamos em algumas consultas ou quando assistimos a algumas delas. Tudo perece muito fácil, de certo ponto de vista realmente o são, no entanto alguns detalhes são cruciais e certamente fazem grande diferença. Um exemplo é a posição que deve ser mantida durante a pesagem,  e as idades determinantes para cada instrumento de medida.
     Após termos aprendido como realizar o procedimento, treinamos entre nós para que pegássemos confiança para o posterior evento. Todos os conceitos novos são sempre bem-vindos, principalmente para nós iniciantes dessa linda profissão. Sem dúvidas o que mais desejamos é por em prática aquilo que temos ouvido e lido ao longo desse tempo, e a prática do AIS nos permite, pelo menos em parte, atingir esses objetivos.
    A ficha que seria usada na próxima semana também nos foi apresentada, mostrando o objetivo dela durante as consultas que se seguiriam na próxima semana.  


              Flávia Gomes

Retomando às postagens...

    Infelizmente fiquei um bom tempo sem postar nada, mas durante esse período eu estava fazendo anotações à parte para que depois eu pudesse atualizar o meu portifólio. Por isso, seguirão todas as postagens que estavam atrasadas.
   Bem, nesse dia além das nossas visitas domiciliares de rotina às nossas famílias, fizemos um treinamento de aferição de pressão arterial. Fomos ensinados a respeito do correto procedimento para que então pudéssemos de maneira coletiva treinarmos um com o outro. De início, ficamos um pouco enrolados, como já era de se esperar, porque afinal de contas ter de administrar ao mesmo tempo um estetoscópio e um esfignomanômetro não é das tarefas mais fáceis quando não se tem prática. Porém, com o passar das tentativas as coisas foram ficando mais claras e práticas para a gente. A tarefa foi facilitada pelo fato de termos a nossa disponibilidade a ajuda dos professores, visto que os erros cometidos eram corrigidos atenciosamente. 
   Falar de aferição de P.A inevitavelmente me leva à associação com Hipertensão Arterial Sistêmica. Infelizmente, dados de pesquisas nos mostram o grande impacto que essa doença tem sobre a vida da população brasileira. Os nossos hábitos alimentares que são reflexos de uma vida corrida e cheia de preocupações nos privam de uma alimentação saudável e controlada, contribuindo com o quadro alarmante de HAS. Exemplificando essa constatação, a família que acompanho é uma forte evidência disso. O casal de idosos são hipertensos, como eu já havia mencionado em postagens anteriores. 
    Os fatores determinantes sociais acredito que tenha uma grande influência sobre esse crescimento, visto que proporcionam pontos negativos como a pobreza que influi diretamente sobre a alimentação, bem como a dificuldade do acesso à programas de prevenção e tratamento, não somente relacionado com às unidades de sáude, mas principalmente pela falta de informação e instrução compartilhados por eles.

   Achei esse vídeo muito divertido e prático para o ensinamento da doença, por isso o escolhi para complementar o assunto: http://www.youtube.com/watch?v=E1hEgUdNWxw

      Espero que gostem...


          Flávia Gomes